Maternidade

Como aumentar a imunidade dos filhos? Conheça 10 práticas saudáveis

Three little children posing at camera

Diz o ditado: é melhor prevenir que remediar. E quando se fala em aumentar a imunidade dos filhos, esse deve ser o principal pensamento a nos guiar.

As doenças são resultados de hábitos prejudiciais à saúde. Eles desequilibram nosso organismo, deixando-o suscetível. É como se deixássemos a casa aberta aos ladrões, permitindo às doenças saquear nosso corpo e nossa mente.

As práticas saudáveis são a melhor maneira de evitar doenças. Fortalecer o organismo é como construir um gigantesco castelo para proteger o desenvolvimento físico e mental dos filhos.

Hoje em dia estamos acostumados com prazeres imediatos que muitas vezes são danosos ao bem estar a longo prazo. E para não apenas aumentar a imunidade dos filhos, mas também garantir um estilo de vida saudável para eles, o segredo é ter prazer em se cuidar, dando prioridade para atitudes que darão bons frutos.


Neste artigo, você verá 10 práticas saudáveis para aumentar a imunidade dos filhos por meio de atitudes simples embasadas em terapias naturais.

1. Manter uma alimentação nutritiva e saudável

Um dos pontos chave para o aumento da imunidade é uma alimentação saudável. Os hábitos alimentares são a principal causa da maioria das doenças que atingem a crianças, como a obesidade infantil.

Crianças devem comer de 5 a 6 vezes no dia em refeições leves. Além de comer bem e não ter intervalos longos demais entre uma refeição e outra, é importante prestar atenção ao tipo de alimento dado à criança.


Muitas vezes, mesmo que as refeições sejam dadas nos horários adequados, não prestamos atenção ao tipo de alimento oferecido. Os alimentos mais indicados para as crianças são os que não possuem apenas calorias vazias.

Esse tipo de alimentos sacia a fome, no entanto, não nutre o organismo como deveria. Deixando a criança carente de vitaminas e minerais. Por isso, sempre dê prioridade a alimentos frescos e, se possível, orgânicos, pois eles contém um valor nutricional insubstituível.

Para não correr o risco de levar gato por lebre no mercado, também vale a pena conferir os rótulos dos produtos. Preste atenção à quantidade de gorduras e fibras. Confira ainda se há alimentos transgênicos na composição dos alimentos: eles geralmente vêm com um “T” em amarelo na embalagem.

Outro macete: os ingredientes dos produtos vêm em ordem de quantidade, por isso, se o açúcar aparece em segundo ou em primeiro lugar na lista, é porque o produto não é indicado para o consumo diário.

Se você preferir, pode consultar um profissional para avaliar a necessidade de suplementação de vitaminas e minerais para seu filho.

E como deve ser uma dieta saudável? Veja algumas sugestões de alimentos saudáveis:

  • cereais integrais: arroz integral, aveia e quinoa;
  • proteínas saudáveis: carnes e ovos orgânicos, peixes;
  • leguminosas: grão de bico, feijão, lentilha e ervilhas;
  • frutas e vegetais frescos: prefira sempre as frutas da estação;
  • sementes: de abóbora, de girassol e de gergelim;
  • nozes e amêndoas: com moderação;
  • óleos vegetais de qualidade: azeite extravirgem e óleo de coco.

Todo o esforço para manter uma alimentação equilibrada para os filhos será em vão se toda a família não seguir a rotina junto com a crianças. A melhor maneira de educar os filhos a ter uma alimentação equilibrada é dando o exemplo.

2. Diminuir a carga glicêmica

O nível estável de açúcar no sangue é muito benéfico para a saúde e ajuda a prevenir muitas doenças.

Quando uma pessoa possui uma dieta com muito açúcar, ela tende a ter picos de glicose no sangue. Os picos de açúcar ou “sugar crash” podem causam irritabilidade, alterações de humor, confusão mental e cansaço. À longo prazo, esse choque de glicose leva ao adoecimento por diabetes.

Alimentos de carga glicêmica mais baixa contribuem para equilibrar a quantidade de açúcar no sangue. Conheça:

  • alimentos com carga glicêmica baixa ou moderada: feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, pão de centeio integral, leite integral, iogurte integral, maçã, uva, kiwi, manga, laranja, pêssego, pera, abacaxi e ameixa, milho, batata assada ou cozida, mingau de aveia, banana;
  • alimentos com a carga glicêmica alta: arroz branco, flocos de milho, batata frita, macarrão branco, uva-passa.

Sucos de frutas também possuem maior carga glicêmica do que as frutas in natura. Saiba mais neste artigo:

3. Reforçar o sistema imunológico

Quando o corpo sofre com uma infecção, a reação é ativar o sistema de defesa do organismo. Existem alguns alimentos e suplementos que ajudam a fortalecer essa defesa contra as doenças.

Eles devem ser consumidos de maneira equilibrada ao longo do tempo, mas também podem ser ingeridos nos períodos de recuperação para dar matéria-prima para o corpo reagir.

Alimentos ricos em vitamina C ou ácido ascórbico possuem propriedades antioxidantes, ajudam na cicatrização e formação de tecidos, produção de hormônios,  desenvolvimento dos ossos, saúde das gengivas e absorção do ferro.

Uma dieta reforçada com vitamina D ou calciferal e ergocalciferol previne doenças de enfraquecimento e amolecimento dos ossos, faz bem aos dentes e à tireoide, promove uma melhora na absorção do cálcio, fósforo e outros minerais no organismo.

Sempre é recomendável consultar um profissional especializado para comprar suplementos vitamínicos para seus filhos.

4. Beber muita água

Água é vida. 70% do corpo é feito de água, então, beber água é essencial para o bom funcionamento do organismo. Mas quanta água a criança deve beber?

A partir de 1 ano de idade deve-se tomar de 65 a 90 ml de água por kg, ou seja, se a criança tem 10 kg, basta multiplicar 90 ml por 10 kg e teremos 900 ml por dia. Em dias mais quentes, é recomendável beber um pouco mais de água.

Fique sempre atenta à cor do xixi da criança e o aspecto do cocô, pois urina escura e prisão de ventre indicam que seu filho precisa se hidratar mais. A desidratação da criança, mesmo leve, causa dor de cabeça, falta de concentração, perda de apetite, fadiga, boca e olhos secos.

E atenção: nenhum tipo de bebida líquida substitui a ingestão de água, porque estas bebidas não possuem uma capacidade de reposição tão eficaz quanto a água. Sempre ofereça à criança água filtrada ou fervida previamente. Já a água da torneira não é indicada para o consumo, pois pode acarretar doenças.

5. Criar bons hábitos de higiene pessoal

Ações corriqueiras como lavar as mãos, tomar banho todos os dias e escovar os dentes podem ser fáceis para nós. Mas a criança ainda está aprendendo que é preciso repetir uma série de higienizações por dia. Tenha paciência e procure tornar estes momentos mais leves e divertidos, para que não se transformem num fardo.

Ensine pequenos detalhes sempre que possível. Desde a maneira correta de lavar o cabelo até o motivo de cortar as unhas. A higiene nasal também exige muita atenção, pois crianças que ficam com as vias aéreas obstruídas por secreções por muito tempo, podem sofrer com inflamações e ficarem doentes. Veja aqui como lavar o nariz do bebê e da criança.

Cuidar da higiene bucal também é uma tarefa diária que deve começar o mais cedo possível. Para saber mais:

Ter uma boa higiene é diferente de superproteção com os filhos, ok? Especialistas explicam que a falta de exposição a agentes infecciosos, micro-organismo ou parasitas durante a infância aumenta a possibilidade da criança desenvolver alergias e adoecer.

É importante saber a diferença entre limpar e esterilizar: produtos antibacterianos podem eliminar os micro-organismos importantes para as defesas do organismo, por isso, use com moderação. O mesmo problema ocorre com o excesso de uso da água sanitária. Seu uso exagerado causa problemas de sensibilidade no sistema respiratório e na pele.

Saiba mais como usar produtos naturais na limpeza da casa:

6. Ter boas noites de sono

Tanto crianças quanto adultos precisam de uma boa noite de sono para recuperar as energias. O cansaço contínuo pode minar as defesas do corpo, causando a queda da energia, irritabilidade e problemas no desenvolvimento. A quantidade de horas de sono à noite e de sonecas durante o dia pode variar de acordo com a idade, o estilo de vida (mais agitado ou mais tranquilo) e a situação do organismo ( doente ou saudável).

Crie uma rotina de sono, com horários e atitudes permanentes e um ambiente tranquilo e relaxante para o descanso. Você pode diminuir o barulho do ambiente e deixar a iluminação suave. Rituais como uma história ou cantar uma música calma juntos podem ajudar a criar um clima mais ou menos igual todos os dias. Essa constância ajuda a criança a se habituar à rotina com menos resistência.

Saber o que evitar também é essencial: não deixe a criança cansada a ponto de ficar irritada demais antes de dormir, retire os aparelhos eletrônicos do ambiente pelo menos 1 hora antes de dormir e não ofereça alimentos pesados à noite.

7. Usar técnicas de relaxamento

As crianças são muito sensíveis ao ambiente. Quaisquer sentimentos intensos e ou desequilíbrio emocional em casa ou na escola pode afetá-las. Aprender desde cedo a controlar as emoções e manter a serenidade é muito importante. Pesquisas já apontam que o estresse debilita o sistema imunológico, facilitando o adoecimento. Por isso, aprender a relaxar é uma prática que traz benefícios ao equilíbrio das emoções e também para afastar doenças.

confira algumas técnicas de relaxamento:

  • exercício de respiração: comece fazendo respirações profundas, de olhos fechados, por alguns minutos e aumente o tempo de duração;
  • música relaxante: deixe a criança escolher a música que ela prefere e curta o som com ela;
  • massagem infantil: use óleos essenciais e deixe a iluminação suave, aprenda como fazer Shantala;
  • exercícios de alongamento: pode ser uma série simples, realizada em tom de brincadeira.

Neste vídeo, você também confere algumas atividades para acalmar as crianças:

Como o Prof. Carlos Nadalim bem explicou em seu vídeo, pode ser que no início a criança tenha dificuldade de se concentrar e relaxar. Por isso, procure criar uma rotina de atividades de relaxamento uma vez ao dia, por cerca de 20 minutos.

8. Estimular a criatividade

A criatividade é uma habilidade essencial em qualquer profissão nos dias de hoje. Ao contrário do que muita gente pode pensar, ser criativo pode ser uma bela vantagem em qualquer área da vida.

Pois, pensar de maneira criativa nos permite criar novas maneiras de resolver problemas do cotidiano. Essa capacidade pode ajudar a criança a lidar melhor com as dificuldades da vida, adquirindo resiliência.

Atividades como pintar, desenhar e construir brinquedos usando materiais alternativos são muito enriquecedoras para o desenvolvimento da criança. E esse bem estar contribui para a saúde mental e física.

Confira algumas ideias de brincadeiras para estimular a criatividade:

No documentário O começo da vida, a modelo famosíssima, Gisele Bündchen conta como estimula a criatividade de seu filho: quando ele pede uma fantasia de um personagem preferido, a modelo o incentiva a construir com suas próprias mãos usando materiais alternativos.

9. Manter o contato com a natureza

Quando você era criança, brincava na rua? Saia correndo atrás dos amigos no pega-pega e ralava o joelho de vez em quando? Se sim, você sabe bem como é bom brincar num ambiente amplo cercada por outras crianças.

As crianças que vivem em apartamentos ou mesmo em casas atualmente, parecem não possuir mais liberdade de sair. Seja por questões de segurança ou por falta de vontade.

A nossa relação com a tecnologia tem inúmeras vantagens e facilidades para a vida nas grandes cidades, mas quando falamos de crescimento e desenvolvimento infantil, nada em excesso faz bem. Segundo Sofia Loureiro, escritora do livro Guia de Remédios Naturais para Crianças:

A separação da natureza é proporcional ao crescimento do sedentarismo, que se baseia em experiências virtuais com a televisão, o cinema, os vídeos, os jogos eletrônicos e a internet. As crianças não têm noção de que a natureza não é algo distante e exótico, mas algo que está, na verdade, bastante perto, além dos limites do cimento e dos centros comerciais urbanos.

Em sua palestra “Crianças, já para fora!”, o Dr. Daniel Becker propõe um exercício interessantíssimo: feche os olhos por alguns segundos e imagine uma cidade, um lugar saudável e agradável onde você poderia criar seus filhos com qualidade de vida.

Imaginou? Agora eu te pergunto: esse lugar ideal que você criou em sua mente possuía árvores, parque, floresta, jardim, ruas arborizadas, praças e espaços abertos? Isso demonstra a importância da natureza para nós. Por isso, procure sempre levar seu filho a um parque ou qualquer outro local onde ele tenha contato com a natureza. Isso proporcionará o melhor para ele e para toda a sua família!

10. Prática de exercícios físicos

Se para os adultos é importante praticar exercícios físicos para manter a qualidade de vida, para as crianças também é. Na verdade, a prática de exercícios regularmente na infância, pode ajudar a criança a criar um hábito saudável para toda a vida.

O sedentarismo é muito perigoso para a saúde, pois aumenta os casos de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, osteoporose, hipertensão, ansiedade e depressão. Para evitar estes quadros clínicos é preciso realizar atividades de acordo com a idade. Veja:

  • até 1 ano: dê preferência a atividades sensoriais, que estimulem os sentidos do bebê;
  • de 1 a 6 anos de idade: pratique jogos, brincadeiras e danças com muitos movimentos;
  • a partir dos 6 anos: a prática de esportes é indicada, como natação, futebol e basquete.

Desejar uma vida saudável para seu filhos é permitir-se também ter uma vida mais equilibrada. Mesmo que pareça difícil mudar tudo de uma vez, pense na transformação como algo que ocorre à longo prazo. Vá adquirindo novas rotinas aos poucos, pois logo você perceberá os resultados.

E lembre-se do que disse Albert Einstein: “Dar exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a ÚNICA maneira”.

Este artigo foi inspirado no Capítulo Prevenção: práticas saudáveis do livro Guia de Remédios Naturais para Crianças, de Sofia Loureiro.

Sobre o autor

Mariana Mendes