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Educação financeira para crianças: 5 boas práticas para inserir na rotina

O que podemos fazer, como mães, para contribuir para a educação financeira das crianças? Esta pergunta possui muitas respostas. Mas existem algumas delas que se repetem no repertório de especialistas em finanças pessoais.

Como tudo nesta vida, criar hábitos saudáveis para os pequenos exige certo esforço. Se você está disposta a mudar para sempre a relação dos seus filhos com o dinheiro, saiba que não será nada fácil. E saiba também que, se você persistir, os resultados serão motivos de orgulho!

A educação financeira infantil, infelizmente, ainda é uma tarefa que cabe apenas aos pais. Aprender a lidar com o dinheiro é um assunto que não possui espaço na escola.

Temas como a história do dinheiro, como administrar a mesada e como fazer um bom planejamento financeiro devem ser trabalhados em casa, no dia-a-dia com a família. Mas como fazer isso de uma maneira leve e divertida?


Neste artigo, veja dicas de boas práticas para inserir na rotina e construir uma educação financeira para as crianças.

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Quando começar a educação financeira dos filhos?


Esta é uma dúvida muito comum entre os pais que começam a se preocupar desde muito cedo com a educação financeira dos seus filhos.

Segundo o especialista Gustavo Cerbasi, é preciso dar o exemplo. Desde cedo, a criança perceberá como os pais lidam com o dinheiro. Uma hora ou outra ela vai reproduzir o que presencia no cotidiano. Então, como fundamentar essa relação com dinheiro de maneira saudável?

Gustavo explica que quando a criança acompanha os pais nas compras, é necessário passar sentimento de tranquilidade. Mostre aos pequenos que o momento da compra exige atenção e responsabilidade. Explique que é preciso resistir aos impulsos, pesquisar preços, etc.

Não imponha ao seu filho uma distância em relação ao dinheiro. Mesmo que seja algo de adultos, o dinheiro não deve ser algo proibido. Fale sobre ele e explique a maneira mais eficaz de lidar. Tornar o dinheiro algo distante e inacessível pode causar um desejo muito intenso pela posse dele. Quando for adulto, o seu filho usará o dinheiro com avidez e não prestará contas para ninguém.

Então, em vez de tornar o dinheiro um objeto de desejo, ensine ao seu filho a vê-lo como uma ferramenta, um meio pelo qual realizam-se sonhos!

Uma boa hora para começar os ensinamentos mais práticos das finanças é a partir dos 7 anos, quando a criança já sabe fazer contas. Considere começar a dar uma mesada ou semanada. A seguir, veja dicas de como fazer com que seu filho compreenda algumas regras básicas do mundo financeiro:

1. Adote os 3 porquinhos

A Mirna, do Canal Economirna ensina que o primeiro passo para inserir os conceitos da educação financeira para as crianças é definir objetivos. Na verdade, é melhor usar o termo sonhos. Guardar dinheiro só por guardar não adianta. É preciso definir qual sonho realizar, qual desejo sanar com esse dinheiro.

Então, converse com seu filho e o ajude a pensar em sonhos de curto, médio e longo prazos. Os sonhos de curto prazo devem ter um prazo de três meses. Os de médio prazo, seis meses e os de longo prazo, um ano. Esses prazos mais curtos são necessários para as crianças que ainda não têm uma noção de tempo como nós, adultos.

Ao definir os sonhos, é preciso construir a ideia de que o dinheiro é um meio para a realização desses sonhos materiais. Assim, converse bastante com ele sobre isso.

Dê três cofrinhos de presente ao seu filho. Um menor para o sonho de curto prazo, um médio para o sonho de médio prazo e um bem maior para o sonho de longo prazo. Assim, ele juntará o dinheiro para cada objetivo separadamente.

2. Defina uma mesada ou semanada

Uma das principais lições de educação financeira é entender que o dinheiro não é infinito. Para a Nathalia e a Vickye, essa é uma maneira muito inteligente de fazer seu filho entender de uma vez por todas que o cartão não possui créditos infinitos.

Para isso, leve o filhote ao banco, faça um saque da sua conta e mostre o dinheiro para ele. Em seguida, deposite novamente o dinheiro e lhe mostre o cartão. Diga que aquele dinheiro que ele viu está em sua conta e que é preciso usar com sabedoria, pois pode acabar.

O segundo passo para mostrar ao seu filho a finitude do dinheiro é dar uma quantia para que ele administre. Os menores devem receber uma quantia toda a semana e os maiores, uma vez por mês.

3. Administrando o dinheiro

Oriente-o a usar metade do valor para os sonhos de curto, médio e longo prazo e a outra metade para o consumo diário. Com esta medida, você ensina seu filho a criar o hábito de poupar dinheiro para suas realizações, mas sem deixar de viver o presente, consumindo no dia-a-dia.

Outra lição de ouro é a importância do planejamento para conquistar seus objetivos. Assim, quando for um adulto, há grandes chances dele aplicar essas regras de finanças quando for administrar seu pagamento.

Mas atenção: nem tudo não flores! No começo, a falta de experiência em gerir o dinheiro pode ter duas consequências:

  • gastos excessivos: a criança pode não entender que o dinheiro que recebeu é para suas necessidades e gastar tudo muito rápido, pedindo mais logo em seguida;
  • gastos nulos: a ansiedade por realizar o sonho pode fazer com que ela deseje guardar tudo.

O que fazer nestes casos? Continue a leitura e veja como estabelecer os limites ao seu filho.

4. Brincando de investir

Uma ótima ideia para ensinar ensinar a noção de investimento é sugerir ao seu filho que você empreste o dinheiro dele por uma semana e o devolva com juros (1 ou 2 reais a mais no valor total). Assim, ele vai começar a entender que emprestar o seu dinheiro para terceiros gera um excedente muito útil.

Na relação com o seu filho, você será a instituição financeira. Aos poucos, vá adicionando novas regras. E se você abrir uma conta poupança?

Mostrar para o pequeno onde você usará o dinheiro emprestado dele também é uma maneira de tornar as coisas mais fáceis de entender.

5. Estabeleça limites e os mantenha

Mas, e quando a criança vai para os extremos? Nestes casos, é preciso agir com firmeza.

Se ele gastou todo o dinheiro ou não quer guardar tudo para a realização dos sonhos, o jeito é explicar que ele administrou mal seu dinheiro e não comprar nada do que ele pedir. Você terá que auxiliá-lo a lidar com a frustração, que é muito mais difícil e trabalhoso do que simplesmente dar o que ele quer.

Entretanto, todo o trabalho compensa, porque uma grande lição será aprendida: existem limites no uso do dinheiro e é preciso respeitá-los.

A Nathalia do canal Me Poupe disse uma coisa essencial: É preciso dizer não ao seu filho porque a vida só diz não para nós. O sim temos que buscar todos os dias com trabalho duro. Então, quando você diz não ao seu filho, não se preocupe em traumatizá-lo. Na verdade, o não é um gesto de amor.

Como você ensina finanças pessoais para seus filhos? Alguma história boa para contar para o mundo? Compartilhe esse artigo nas redes sociais e escreva sua opinião!

Até mais!

Sobre o autor

Mariana Mendes