Maternidade

Mortalidade materna: 4 principais causas de morte materna no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 830 mulheres morrem por dia por conta de complicações relacionadas à gestação e parto no mundo. Mas, quais são as principais causas de mortalidade materna?

Neste artigo, confira as principais causas de mortes de mulheres que têm seus filhos no Brasil, segundo dados oficiais.

O que é a mortalidade materna?

A mortalidade materna, segundo o Ministério da Saúde é a quantidade de mortes de mulheres que ocorreram por causa de complicações advindas da gestação ou maternidade, a cada 100 mil nascimento de bebês.

A mortalidade materna no Brasil caiu de 153 óbitos em 199o para 60 mortes em 2015 a cada 100 mil nascidos vivos. Os dados podem variar muito de um estado para outro, mas no geral, ainda é muito alto se comparado a outros países.


1. Pressão alta na gravidez:

A pressão alta na gravidez é a principal causa de morte materna no Brasil. Essa é uma doença perigosa, pois é muito silenciosa: os sintomas podem ser confundidos com alguns incômodos comuns do final da gravidez.

A pré-eclâmpsia é o quadro de hipertensão na gravidez, que pode evoluir para dois quadros extremamente graves: a eclâmpsia e a síndrome de hellp.

Saiba mais: Síndrome de Hellp: entenda como acontece essa complicação na gravidez.


Para evitar a pré-eclámpsia é preciso fazer um acompanhamento pré-natal de qualidade. A gestante também pode adquirir as máquinas para medir pressão em casa e fazer o acompanhamento diário da pressão arterial.

Veja alguns sintomas de alerta para a pré-eclâmpsia:

  • pressão arterial mais alta que 14o/90 mmHg;
  • dores de cabeça;
  • dores na barriga;
  • ver pontos brilhantes ou pretos;
  • inchaço no corpo, principalmente mãos, pés e no rosto.

2. Hemorragias no pós-parto:

Esta causa de morte está relacionada a falta de assistência médica de qualidade no parto e pós-parto. As cirurgias cesarianas também estão relacionadas à hemorragia.

A hemorragias ocorrem principalmente em decorrência de problemas na placenta, como descolamento de placenta, placenta aderida, etc.

Veja também: Tudo sobre a gravidez: o que é a placenta?

Para evitar as hemorragias, é necessário que o acompanhamento pré-natal seja criterioso em relação aos exames de ultrassom e ao monitoramento da saúde materno-fetal.

O alto índice de cirurgias cesarianas também pode ser responsável por casos de morte por hemorragia devido a placenta aderida.

É essencial que as gestantes saibam quais são as reais indicações de cesariana para que não desistam do parto normal apenas por conveniência médica.

Saiba mais: Cesárea: conheça as 5 situações em que a cirurgia é inevitável.

3. Infecções no pós-parto:

As infecções são também são uma das principais causas de óbito maternos no país. É um mal que pode acometer tanto mulheres que estão no puerpério quando mulheres que sofreram aborto.

É importante que todas as mulheres em período de puerpério fiquem atentas a sinais de alerta e procurem auxílio médico.

Confira alguns sinais de alerta para infecções pós-parto:

  • perda de sangue: é normal que haja um fluxo de sangue no pós-parto, pois o endométrio está se renovando após o nascimento do bebê, no entanto, caso ocorra um sangramento grande e repentino, procure um médico;
  • dor de cabeça constante: mesmo no pós-parto a dor de cabeça é sinal de alerta sim; mesmo que seja apenas efeito colateral da anestesia, procure atendimento médico para que você possa melhorar e ter certeza de que não é nada grave;
  • febre alta: febre acima de 38 graus pode indicar que seu corpo está tentando combater alguma infecção, por isso, vá ao hospital;
  • barriga inchada e sensível: se sua barriga estiver muito inchada, dolorida e apresentar vermelhidão ao redor da sutura da cesariana, procure atendimento médico imediatamente;
  • secreção vaginal muito mau cheirosa: é um indício de infecção no útero ou vagina, é necessário atendimento médico imediato.

Leia também: Puerpério: o que muda na mulher no pós-parto.

4. Aborto:

Mulheres que sofrem aborto, espontâneo ou não também são as que mais morrem.

É essencial procurar atendimento médico nesses casos, para que seja realizada a curetagem, se necessário. Também é preciso realizar exames após o procedimento para avaliar se não restaram partes do saco gestacional no útero.

Saiba mais: Curetagem: saiba aqui como funciona este procedimento.

Não realizar a curetagem pode fazer com que ocorra complicações como infecções e hemorragias.

 

O acompanhamento pré-natal, bem como a atenção no puerpério são muito importantes para evitar a mortalidade materna. Mas, sem dúvidas, o essencial é que todas as gestantes esteja bem informadas sobre tudo que acontece na gravidez para que possam se cuidar e cobrar atendimento médico de qualidade.

Fique cada vez mais informada, leia nossos artigos sobre maternidade.

 

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Mariana Mendes