O retorno ao trabalho após a licença maternidade é, sem dúvidas, um dos momentos mais delicados, tanto para a mãe quanto para o bebê. Depois que a cria muda completamente nossa vida e nossa rotina, chega o momento de deixá-lo para retornar à rotina no emprego.
Essa separação é dolorosa e pode ser até traumática. Para evitar maiores sofrimentos, existem algumas práticas que vão ajudar a se adaptar melhor. O amor e o carinho são os ingredientes principais dessa empreitada.
Neste artigo, separei 6 dicas que vão ajudar a organizar a rotina, fazer uma transição mais suave e também dar alguns conselhos sobre amamentação.
1. Na casa da vó, com a babá ou na creche?
Ao decidir com quem e onde a criança ficará, você terá que criar toda uma rotina diferente. Se o bebê ficar com a avó, por exemplo, é possível criar um ambiente mais familiar, levar alguns brinquedos da criança e criar um espaço para ela em que fiquem os objetos comuns, cobertores e outros detalhes que lembrem a casa de vocês.
O mesmo acontece com a babá ou a creche. Procure passar o máximo de informações sobre o bebê. O que ele gosta, seus hábitos e manias que com certeza já são uma realidade. Criar um canal de comunicação aberto e de fácil acesso vai ajudar a lidar com dúvidas e passar informações no dia-a-dia.
No caso de creche pública, existe um período de adaptação. É nesse momento que você deve conhecer as profissionais que vão cuidar do seu bebê e conversar sincera e amigavelmente com elas. O quanto antes você conseguir estabelecer uma boa relação com os cuidadores profissionais melhor.
2. Comece a mudança aos poucos:
Será mais fácil para você e para sua cria fazer uma transição aos poucos. A maioria das creches trabalham com um período de adaptação em que a criança fica na creche ou no berçário menos tempo e vai aumentando o período gradativamente.
Se o bebê vai ficar com a avó ou com a babá, também vale a pena ir criando uma nova rotina aos poucos. Nos primeiros dias fiquem juntas com o bebê. Depois, deixe-o sozinho com a cuidadora uma hora, depois duas horas por dia. Até o momento em que o período seja igual ao que você ficará no trabalho.
3. Fortaleça o vínculo e a comunicação com o bebê:
Quanto mais forte o seu vínculo e quanto melhor for a comunicação com seu bebê, mais fácil será a adaptação. Procure conversar com ele e explicar sobre as mudanças. Mesmo que ele não compreenda as palavras, ele captará os sentimentos.
Acredite, o bebê é extremamente sensível ao que você está sentindo. Aproveite isso para estreitar os laços e garantir que ele não fique muito confuso ou perdido.
Este post sobre vínculo materno e comunicação com o bebê pode te ajudar.
4. É hora de dar tchau:
Com certeza, é de partir o coração ter que se separar desse bebê que foi uma companhia constante durante tanto tempo. A despedida é um dos momentos mais difíceis para a mãe. O bebê também sente, principalmente porque é muito sensível aos seus sentimentos.
Mas, existe uma maneira de reduzir os danos dessa separação. A primeira coisa é conversar e se despedir do bebê todos os dias. Sair de fininho pode até parecer mais fácil para você, mas será muito mais confuso para o pequeno.
Por isso, faça uma pequena despedida. Se ele estiver dormindo, acorde-o suavemente e se despeça de maneira breve. Pode ser que ele chore enquanto você estiver saindo. É o momento de respirar fundo e lembrar que é uma fase. Logo tudo ficará mais fácil, ok?
5. Mate a saudade:
Nos primeiros dias, você pode dar uma ligadinha para a vovó ou para a babá para saber como estão as coisas. Pode até ser uma chamada de vídeo pelo Facebook. Isso vai ajudar você a matar a saudade e manter-se mais tranquila.
No caso da creche ou berçário, é possível manter algum tipo de comunicação, principalmente nas instituições privadas. Existem creches que se comunicam com os pais e até mandam fotos pelo WhatsApp!
Vale a pena conversar com alguém sobre o bebê, expressar sua saudade. Seja honesta com o que você sente e procure se adaptar. E lembre-se: o aperto no coração vai melhorar aos poucos.
6. De volta para a casa:
O momento do reencontro é sempre um alívio e uma alegria. Alimente isso e faça com que o retorno ao trabalho seja uma recompensa por todo o tempo que passaram longe um do outro.
Um abraço apertado, uma brincadeira que o bebê gosta ajudam a fortalecer os laços.
É possível manter a amamentação:
Existe uma legislação que assegura o direito da mãe amamentar seu bebê pelo menos 30 minutos por dia. Você pode encaixar esse hábito na sua rotina e negociar como fazê-lo com a empresa.
O leite materno também pode continuar a ser a principal fonte de nutrientes para seu bebê. Para isso, é preciso fazer a retirada de leite por ordenha manual ou com bombas elétricas. O leite materno deve ser armazenado por até 15 dias no congelador em potes de vidro e deve ser descongelado e estar morno para ser servido ao bebê.
A mamadeira não é a única opção para dar o leite ao bebê. Afinal, os bicos artificiais prejudicam a saúde do bebê e fazem com que eles desacostumem a mamar no peito. Uma ótima opção é o copinho. É possível dar o leite ao bebê desde que ele nasce por meio do copinho.
Caso você opte por fazer o desmame, veja algumas dicas de como fazê-lo de maneira suave também.
A volta ao trabalho depois da licença maternidade é realmente um período em que é preciso ter paciência e ser forte. Mesmo adotando as melhores práticas, ainda pode ser um momento em que é preciso desabafar. Você pode deixar suas dúvidas e dividir suas experiências com a gente nos comentários.
Desejo uma transição suave e tranquila para vocês!