Usos e benefícios
Uma das definições de bioplastia diz que ela é uma técnica de moldar o corpo ou a face utilizando biomateriais, isto é, materiais compatíveis com nossos tecidos. Hoje, vamos saber mais sobre este tema que tem controvérsias.
O termo “plástica” vem do latim “plasticus” e do grego “plastikós”, cujo significado é dar forma e moldar.
Defensores da bioplastia acreditam que ela tem mais relação com a cirurgia plástica do que outras especialidades. Algo que é reforçado pelo fato de ter sido criada por um cirurgião plástico, o Dr. Almir Moojen Nácul, pertencente à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
E mais: desde que respeitadas as contraindicações e ressalvas em relação à sua aplicação, a bioplastia seria um excelente método médico de embelezamento, voltado para a modelagem de rostos e busca do padrão estético atual, facial e corporal.
Ou seja, a bioplastia serve para devolver volumes e corrigir sulcos e rugas, permitindo que os sinais de beleza sejam restabelecidos ou criados.
A promessa da técnica é a melhora da aparência, seja pelo aumento das maças do rosto, redesenho e definição da mandíbula, correção de nariz, aumento dos lábios, panturrilha e glúteos, por exemplo.
Tudo por meio de material injetado, que pode ser utilizado tanto em ossos e músculos quando na pele e gordura.
Perigos da bioplastia
Existem aqueles que atacam a chamada plástica sem corte, como a bioplastia é divulgada.
O argumento principal é que a bioplastia é realizada com injeções do PMMA (microesferas de polimetilmetacrilato), uma substância biocompatível, isto é, aceita pelo corpo, mas definitiva, inabsorvível por ele.
A Vigilância Sanitária liberou o produto em seringas de 1 ml para a correção de pequenas imperfeições.
Recentemente, o PMMA vem sendo utilizado em tratamentos estéticos em concentrações que variam de 2% a 30%.
O produto é empregado na medicina desde os anos de 1950 em próteses de quadril e, depois, em implantes oculares.
O problema é que alguns médicos vêm recomendando bioplastia em grandes quantidades, tais como 100 ml, 200 ml ou até 500 ml. Uma das aplicações em níveis maiores é destinada ao aumento de glúteos.
No entanto, existe perigo no uso inapropriado de substâncias médicas que ainda não contam com embasamento científico satisfatório e de longo prazo; que não foram devidamente testadas, nem autorizadas para indicações diferentes das originais.
Os profissionais contrários à bioplastia alertam que há grande risco de infecções e complicações crônicas quando o PMMA fica unido aos tecidos nos quais foi aplicado. Tanto é que já estão aparecendo casos com enormes áreas de necrose, além de infecções recentes e tardias.
Há documentação mostrando situações de difícil controle local dos efeitos adversos da bioplastia. O que inclui cegueira e outras consequências desastrosas, tais como as que aconteceram com o uso de silicone líquido tempos atrás.
Muitas vezes, as pessoas submetidas ao uso inadequado de PMMA/bioplastia são atraídas por uma publicidade enganosa a respeito da facilidade e segurança do método.
O Conselho Federal de Medicina restringe o uso de bioplastia. Esta técnica que muitos chamam de cirurgia plástica é, na verdade, um tratamento estético que pode causar complicações.
O PMMA, o material que preenche volumes dos tecidos, é uma espécie de plástico, e deve ser utilizado em pequenas porções, principalmente por causa da baixa qualidade de alguns produtos disponíveis atualmente no mercado.
O procedimento é definitivo e capaz de formar nódulos, causar alergias, dor crônica, infecção, rejeição, enrijecimento da área afetada e até necrose (morte) do tecido.
Geralmente, o PMMA é indicado – ou deveria ser – apenas em casos de reparação de alguma deficiência. A própria Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda que este preenchedor seja aplicado como forma de “cirurgia plástica” reparadora.
Portanto, pense bem antes de inserir qualquer substância em seu rosto ou corpo. Saiba mais:
Até a próxima!