Todo mundo já teve aquela coceirinha chata. Se você está passando por isso agora, deve entender mais do que ninguém que esse sintoma pode diminuir a qualidade de vida. Quem sofre com a coceira tem dificuldade de se concentrar em tarefas do dia-a-dia, sem contar os possíveis constrangimentos… Bom mesmo é saber o que há de errado, não é?
Então continue a leitura e confira as informações exclusivas da Sociedade Brasileira de Dermatologia e compreenda quais são as doenças que podem causas esse sintoma tão incômodo.
Coceira na pele: o que pode ser?
De acordo com os especialistas nas questões dermatológicas, a coceira (ou prurido) deve ser motivo de preocupação, sobretudo quando persiste por mais de 6 semanas ou vai e volta de tempos em tempos.
As coceiras sem marcas evidentes na pele merecem, também, uma atenção especial, pois podem estar relacionadas a doenças sistêmicas que exigem diagnóstico e tratamento especializado.
Coceiras agudas podem ser resultado de uma reação adversa a medicamentos tomados nas últimas semanas. Outras possíveis causas são reações a substâncias que tiveram contato com a pele (dermatite de contato), como produtos cosméticos, por exemplo.
Questões emocionais podem desencadear a coceira, sabia? E mais: calor e exercícios físicos podem agravar o sintoma.
Picadas de inseto também estão entre os estímulos à coceira. Além disso, ela pode acompanhar viroses ou serem resultado de uma doença dermatológica. E falando nisso, que tal conferir quais são as possíveis doenças de pele relacionadas à coceira?
1. Ressecamento da pele ou xerose
A xerose ou ressecamento da pele pode atingir qualquer lugar no corpo. No entanto, os lugares mais comuns são as pernas, os braços e as mãos. Entre as principais causas desse problema estão:
- banhos quentes e demorados;
- uso inadequado de esponjas, que podem agredir a pele;
- uso de sabonete em excesso;
- exposição exagerada ao sol, ao vento e ao frio;
- exposição à poluição;
- exposição da pele à produtos químicos, como produtos de limpeza.
E atenção: idosos, crianças e mulheres na menopausa possuem uma tendência a pele ressecada. Para evitar esse problemas, os profissionais da saúde indicam:
- banhos mornos;
- interromper o uso de esponjas;
- diminuir o uso de sabonetes durante o banho;
- usar filtro solar e hidratantes;
- evitar exposição ao sol, ao vento e ao frio;
- usar luvas durante a manipulação de produtos químicos.
2. Dermatite atópica
Dermatite atópica é um nome complicado para a boa e velha alergia de pele. Esse tipo de problema não é contagioso, é tanto genético quanto crônico. A alergia de pele a deixa ressecada e com coceira intensa. É comum em pessoas que possuem histórico familiar de asma rinite e eczema atópico.
Entre as características deste problema estão:
- lesões avermelhadas;
- presença de descamação e escoriações;
- formação de crostas.
As áreas mais afetadas são as dobras do cotovelo, atrás dos joelhos e pescoço. A pele, explicam os dermatologistas, é uma barreira que protege o organismo e que, no caso dos portadores de dermatite atópica, não funciona corretamente. Muitos podem ser os gatilhos para a alergia:
- contato com materiais ásperos;
- exposição à poluição, ar condicionado, fumaça e poeira;
- corantes presentes em produtos cosméticos e de higiene pessoal, produtos de limpeza;
- roupas de lã ou tecidos sintéticos;
- baixa umidade do ar, frio demais, calor demais;
- transpiração;
- problemas emocionais;
- e o consumo de alguns alimentos.
Pouca coisa, né? Antes que você entre em desespero, saiba que o uso de hidratantes para pele seca, proteção do sol e uma investigação cuidadosa dos fatores de risco combinados com o controle deles pode ajudar. O jeito é consultar um especialista e enfrentar o problema.
3. Sarna ou escarbiose
A sarna é uma doença causada por um ácaro. Esse bichinho te nome e sobrenome: Sarcoptes Scabiei. A sarna acontece com a fecundação do ácaro na superfície da pele. Depois disso, o macho morre e a fêmea entra na pele, cria um túnel por 30 dias e deposita seus ovos. Quando os ovos eclodem, liberam as larvas que voltam à superfície da pele e começam tudo de novo.
A sarna é contagiosa e passa de uma pessoa para outra por contato direto ou por meio de roupas e outros objetos contaminados. A coceira é o principal sintoma deste mal e ele piora à noite. É possível ver os túneis deixamos pelas fêmeas na pele e também pequenas bolhinhas de água. Os lugares mais comuns do aparecimento da sarna são:
- entre os dedos das mãos;
- nas axilas;
- nos punhos;
- na palma da mão;
- nas auréolas;
- e nos genitais.
O tratamento deve ser feito com o dermatologista e é diferente em cada caso.
4. Líquen plano
O líquen plano é uma doença inflamatória crônica. Atinge principalmente as mucosas, a pele, as unhas e o cabelo. Sendo que pode acometer apenas as mucosas ou apenas a pele, dependendo dos casos. Pode acontecer com homens, mas as mulheres são as principalmente afetadas. Se manifesta no período da meia idade e é muito raro em crianças.
É uma doença recorrente e que causa muita coceira. Suas causas não são conhecidas ainda pela ciência, entretanto, há relação com o sistema imunológico. Pode estar associada a problemas sistêmicos ou o uso de medicamentos.
A principal orientação nestes casos é não coçar, pois a coceira pode fazer com que novas lesões surjam e a doença se espalhe. Ou seja, coçar só piora. Pele ressecada e estresse são fatores que prioram o quadro.
5. Urticária
É uma irritação da pele que apresenta placas vermelhas e/ou vergões, parecidas com picadas de inseto que duram até 24 horas. Depois disso, as lesões desaparecem e voltam a aparecer em outra parte do corpo, deixando a sensação de que migram de um lugar para outro.
A urticária causa uma coceira intensa e pode surgir em locais diferentes, assim como o tamanho da área atingida pode variar. Existem, basicamente dois tipos de urticária: a crônica e a aguda. Saiba mais:
- urticária aguda: desaparece em pouco tempo, e é preciso identificar os gatilhos (entre alimentos e medicamentos) para evitar novos surtos. Lembrando que o especialista pode indicar exames de sangue ou de pele para detectar os agentes que causam as crises;
- urticária crônica: dura mais de seis semanas e pode ser causada por diferentes fatores, incluindo aí doenças autoimunes ou sistêmicas.
6. Dermatite de contato
A dermatite de contato é uma reação alérgica inflamatória causada pela exposição a agentes capazes de causar irritação. Existem dois tipos de dermatite de contato:
- dermatite de contato irritativa: é causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes;
- dermatite de contato alérgica: é desencadeada por contato prolongado com alguma substância;
As lesões podem aparecer no local que teve contato com a substância ou pode aparecer em outros lugares. Uma alergia a esmalte, por exemplo, pode causar irritação nas pálpebras.
O diagnóstico é possível por meio de testes alérgicos de contato. A partir do resultado, o médico poderá indicar o tratamento mas adequado a cada paciente.
7. Caspa ou dermatite seborreica
É uma inflamação de pele que causa descamação, vermelhidão, oleosidade e coceira. Acontece principalmente em áreas onde a pele é mais oleosa, como couro cabeludo e sobrancelhas. Mas, até as pálpebras, vincos do nariz, lábios e atrás das orelhas podem apresentar a caspa, acredita?
Segundo os especialistas, a caspa é uma doença crônica, que pode apresentar períodos de melhora e períodos de piora. Ao contrário do que muita gente pensa, não é contagiosa e não é causada por falta de higiene. Veja alguns fatores que podem contribuir para os seu surgimento ou fazer a caspa piorar:
- ansiedade;
- baixa temperatura;
- situações de fadiga;
- consumo de álcool;
- medicamentos;
- deficiências de alguns nutrientes no organismo.
Para ajudar a tratar a caspa, é preciso, além de evitar os fatores acima, aumentar a frequência das lavagens do cabelo, evitar usar produtos capilares que aumentem a irritação e priorizar o uso de shampoos específicos.
8. Piolho ou pediculose
A pediculose é popularmente conhecida como piolho. Muito comum na infância, esta é uma doença parasitária causada por insetos que sugam o sangue. Esses bichinhos vivem na superfície da pele e dos pelos.
Uma maneira de evitar a contaminação é não permitir que a criança vá para a escola com os cabelos molhados, pois a umidade e a aglomeração pode favorecer a infestação de piolhos. Por isso, o ideal é lavar os cabelos das crianças ao final do dia ou logo depois que chegarem da escola. Outra dica é que os cabelos compridos permaneçam presos durante as aulas e evitar o compartilhamento de pentes, escovas de cabelo, bonés, toucas e outros acessórios de cabelo.
9. Coceira na gravidez ou prurido gravídico
É muito comum que grávidas de primeira viagem apresentem dermatoses, principalmente no último trimestre da gestação. É muito comum se manifestarem por meio de machas vermelhas ou vergões nas estrias abdominais. No entanto, podem acontecer de outras formas.
Sempre converse com seu médico para valiar a melhor forma de tratar a coceira durante a gravidez ou em qualquer fase da vida, ok?
Sua coceira aumentou enquanto você lia este artigo? Isso pode ser uma resposta psicológica, mas acredite: se você está com coceira, o melhor a fazer é procurar um médico.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia.