Você está com seu filho num almoço de família. Então, uma tia sua aparece com um presente para seu filhote e entrega a ele. Qual é a sua reação? Ordenar, obviamente: “Filho, como se diz?! Obrigado! Diga: obrigado, filho”.
O menino olha para o presente, ansioso para abri-lo, com a cabeça cheia de curiosidade: “Será que é um brinquedo novo?”, pensa ele. De tão distraído que está, você precisa repetir algumas vezes antes que ele agradeça, ainda que de forma mecânica e inexpressiva, como quem ultrapassa um obstáculo.
Agora ele pode abrir seu presente em paz. Por fim, sua tia responde: “De nada, querido” e mesmo que ela fique tranquila, você se sente desapontada. Seu desejo é o de que seu pequeno fosse mais educado. O que será que há de errado?
Ensinar o filho a dizer obrigado, assim como ensinar qualquer coisa aos filhos é uma tarefa complexa. Muito além de ditar regras, é preciso dar o exemplo. E aí mora um grande desafio. Ser responsável pelas boas maneiras do filho é, de certa forma, rever nossas próprias boas maneiras.
Meu filho de 1 ano e 10 meses aprendeu a falar obrigado porque é uma palavra que ele sempre ouve quando faz algo para as pessoas. Eu não preciso dizer para ele que é preciso agradecer. Eu agradeço a ele quando há a oportunidade e ele aprendeu que é assim que se faz. Sem estresse e sem respostas mecânicas que não fazem sentido.
O principal erro dos pais ao ensinar os filhos a dizer obrigado
A maioria dos pais ensina os filhos por meio de “decretos”. Faça isso, fale aquilo. Mandar a criança dizer ou fazer coisas funciona na hora, porque ela tende a obedecer. Mas será que obedecer mecanicamente é aprender?
Quando a criança repete algo de maneira mecânica, pouca coisa é realmente aprendida ali. Isso acontece porque quando apenas diz o que você mandou ela não entende porque deve dizer aquilo. Principalmente se nunca ninguém diz obrigado a ela no dia a dia.
E por que é preciso dizer obrigado, afinal? Ora, porque é um sinal de respeito e gratidão em relação à outra pessoa, certo? Pois bem, então, digamos que você pede ao seu filho que recolha um brinquedo que ele deixou jogado no chão. Quando ele recolhe, se você diz obrigado, a mensagem que está passando é que você o respeita e é grata por ele agir daquela forma.
Quando seu filho receber algo que uma pessoa, se ele está acostumado a ouvir obrigado, provavelmente dirá obrigado. Foi assim que eu fiz.
Como ensinei meu filho a dizer obrigado
Se você é leitora do blog, provavelmente já leu por aqui muitas vezes que criança aprende pelo exemplo. Pensando nisso, fiz uma experiência com meu filho. Desde muito cedo eu sempre disse a ele as tais palavras mágicas. Obrigado, com licença, desculpe e por favor fazem parte de nossa rotina dentro de casa.
Certamente não sou perfeita e às vezes me esqueço. Mas faço um esforço consciente para agradecer quando ele faz algo para mim. Da mesma forma, quando erro, peço desculpas. Por que não?
Ao invés de criar “decretos” eu digo por favor, não como uma súplica, mas como um pedido comum, que se faz a qualquer pessoa. Pode parecer loucura, mas desse jeito ensinei meu filho a me respeitar pelo afeto e não pela imposição.
Se você puder pedir licença a ele para trocar a sua roupa, sua fralda ou dar banho nele, passará uma mensagem linda: eu respeito você.
Essa atitude traz frutos. Certo dia estava na casa de uma amiga e ela entregou a ele um lápis para que pudesse desenhar numa folha de papel (meu pequeno ama desenhar). Quando pegou o lápis, respondeu: “Bigadu”. E foi fazer seus desenhos. Minha amiga ficou feliz. E eu também, feliz e orgulhosa, para ser mais precisa.
Meu pequeno tem 1 ano e 10 meses e não é sempre que agradece. Mas eu entendo que é um processe e quanto mais eu reforçar isso nele, mais ele ficara feliz em dizer. Não porque eu mandei, mas porque será uma experiência agradável ver a reação das pessoas e também ouvir isso de nós.
Quando, um dia, ele disser as palavras mágicas e elas não surtirem efeito, espero que saiba que o erro não está nele, mas em quem não se abriu para o bem que elas trazem.
Ensina teu filho no caminho
Um provérbio bíblico diz assim: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!”. Acredito muito nisso. Fazendo aos nossos filhos o que gostaríamos que eles fizessem para nós é criar uma corrente de bondade. É amar ao próximo como a nós mesmos.
Porém, sei que as rosas tem seus espinhos. Nem sempre estamos com paciência, o estresse da vida diária é grande, mas são justamente essas pequenas atitudes que tornam a vida mais leve e feliz. Se você está angustiada porque seu filho não é mais tão novinho, saiba que nunca é tarde para mudar. Que tal transformar as suas atitudes e ver o que acontece?
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