Como já é de conhecimento popular, enjoo e vômito são sintomas muito comuns no início da gravidez. Esses desconfortos, as náuseas durante a gestação, são conhecidos na medicina pelo nome de êmese gravídica. São reações fisiológicas absolutamente normais e que costumam dar uma folga às mamães apenas a partir da décima semana de gestação. Mas, em alguns casos extremos, a frequência, intensidade e duração de seus sintomas podem ser maiores: é chamada hiperêmese gravídica.
Assim, esses casos de hiperêmese gravídica são resultados de uma êmese gravídica num grau elevado. Embora até os sintomas pareçam os mesmos, no artigo de hoje vamos abordar a hiperêmese gravídica e seus sintomas, causas e tratamentos.
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Antes de nos aprofundarmos, fique atenta a gestantes diagnosticadas com hiperêmese gravídica, pois caso haja perda de peso e desidratação intensa, o caso pode se tornar muito sério. Entre esses principais sinais de desidratação, temos:
- Urina concentrada;
- Fraqueza e tontura;
- Mal-estar geral;
- Urinar poucas vezes ao dia.
De acordo com especialistas, a incidência desses sinais pode variar de mulher para mulher, mas sabe-se que a hiperêmese gravídica pode ser a principal causa de internação no início da gravidez. O que podemos dizer com certeza é que mães diagnosticadas com a doença na primeira gravidez provavelmente apresentarão o mesmo quadro numa segunda gestação. No caso de gravidez de gêmeos, as mães também apresentam mais propensão à doença.
Quais os sintomas da hiperêmese gravídica?
Pelo menos metade das mulheres em período de gestação apresentam vômitos e enjoos até o quarto mês de gravidez. Quando essas náuseas são leves, passageiras e respondem bem a pequenas doses de antieméticos, os sintomas são considerados uma resposta fisiológica dentro da normalidade do organismo.
Para concluirmos que se trata realmente de hiperêmese gravídica, os vômitos e enjoos têm de ser intensos e persistentes e não retrocederem facilmente aos tratamentos comuns. Geralmente essas náuseas e vômitos tem início nas primeiras semanas de gravidez e desaparecem por completo até no máximo a vigésima semana.
Salvos os casos raros em que esse quadro chega a persistir por toda a gestação, é comum que estados de desidratação e desnutrição exijam uma internação imediata.
Consequências da hiperêmese gravídica
Em geral, o prognóstico é bom e não há consequências graves para a saúde da mãe, do feto e para um desenvolvimento normal da gravidez. Mas, após ocorrer a hiperêmese gravídica, a paciente requer atenção total. Em alguns casos, recém-nascidos prematuros e abaixo do peso são raríssimos, pois certamente não deram a atenção necessária à doença.
No entanto, alguns casos graves que não foram tratados adequadamente levam à insuficiência renal, icterícia, desnutrição, atrofias, encefalopatias, entre outras complicações.
Embora a hiperêmese gravídica, em geral, desapareça por completo, ela causa tamanha preocupação, é tão desconfortável e incapacitante que um grande número de mulheres repensa várias se irão manter a ideia de ter um próximo filho.
Conheça fatores que expõem gestantes ao risco da hiperêmese gravídica
- Gravidez gemelar (quem já teve hiperêmese em gestações anteriores);
- Genética predisponente (irmã ou mãe que já a tiveram);
- Ter crises de enxaqueca;
- Ter alguma doença da tireoide ou do fígado.
E como detectar a hiperêmese gravídica?
Como principais sinais e sintomas, na hiperêmese gravídica a gestante chega a vomitar várias vezes ao dia, causando um rápido emagrecimento. Isso leva a um estado de fraqueza que impede a prática de atividades do dia-a-dia. Em geral, ainda pode-se perceber desequilíbrio metabólico, vômitos e náuseas, alteração do paladar e eliminação lenta dos alimentos, alucinações, intolerância a odores e até salivação em excesso.
As consequências da hiperêmese gravídica
Enquanto a gestante apresentar vômitos comuns ao período, tudo bem. Mas, quando, eles chegam a ser intensos e contínuos podem provocar sérios casos de desidratação e consequências como:
- Ausência de vitaminas e minerais;
- Perda de peso;
- Sensação de fraqueza;
- Boca seca;
- Diminuição da urina;
- Aumento de ácido úrico na urina;
- Queda de pressão arterial e aumento da frequência cardíaca.
Nesses casos, a mulher precisa ser internada e repor imediatamente as perdas para não prejudicar o desenvolvimento do bebê. Nesse estágio, uma hiperêmese gravídica aguda deve ser tratada como emergência médica.
O caminho para o tratamento da hiperêmese gravídica
Quando os sintomas estão intensos e a gestante não se alimenta, a internação é imprescindível! Parte da eficiência do tratamento é realizar um repouso absoluto e dieta zero a persistirem os enjoos e vômitos, além de hidratação adequada e administração vitaminas, ferro, ácido fólico e até glicose.
Ainda se faz necessário fazer uma sedação leve para a utilização de medicamentos antieméticos. Dentro da previsão de médicos especialista, a recuperação costuma se dar em até 10 dias. Por isso, sempre procure ajuda médica o quanto antes! Quanto mais cedo você iniciar o tratamento, mais rápido e com menores consequências será o seu caso. É só seguir estes passos para uma completa recuperação:
- Fracione as refeições e alimente-se a cada três horas;
- Use e abuse do repouso;
- Mantenha-se sempre bem hidratada (líquidos gelados, isotônico e água de coco);
- Procure se alimentar o mais saudavelmente possível;
- Evite tudo que piore o enjoo;
- Prefira alimentos ricos em carboidratos, proteínas e com baixo teor de gordura;
- Recomendamos a ingestão de vitaminas quando os enjoos estiverem menores.
O que você precisa saber sobre a hiperêmese gravídica
Enjoos e vômitos são alteração comuns no período gestacional. Mas, caso você perceba um aumento na intensidade de vômitos e alterações no peso, é hora de procurar orientação médica. Pois é a falta de tratamento que ocasiona complicações para a mãe e também para a do bebê, que podem nascer subnutridos e até prematuros.
Além de ocorrer a partir de causas biológicas e psíquicas, a hiperêmese gravídica chega a tornar a experiência da gravidez traumática, pois o excesso de vômitos e náuseas deixa a rotina transtornada e dificulta a realização de tarefas cotidianas.
E lembre-se: apenas nos casos mais graves as gestantes são submetidas a internações. Não se preocupe com o medo de ser mãe. Pois o tratamento para a hiperêmese gravídica é seguro, tranquilo e equilibra o uso de psicoterapia e medicamentos.