Você já ouviu falar em heterossexualidade compulsória? Essa condição diz respeito a algo que já está enraizado em nossa sociedade, podendo desvalidar muitas pessoas e suas orientações sexuais. Infelizmente, ainda é algo que existe e que é facilmente encontrado pelo mundo afora.
Quer um ótimo exemplo de heterossexualidade compulsória? Digamos que você seja uma mulher que sofre com essa condição e tenta se interessar por homens – mas, para isso, é preciso fazer grande esforço, encontrar algo que lhe agrade nele e se agarrar nisso, pensar se seria aprovada pelas outras pessoas se estivesse com esse cara, etc.
É mais ou menos assim que a heterossexualidade compulsória funciona e ela pode estar fazendo muitas pessoas infelizes, apenas por conta das preocupações geradas pela sociedade de que você precisa ser uma pessoa heterossexual.
Então, quer entender melhor sobre essa condição, por que ela acontece, o que ela é e quais os sinais que podem ajudar a identificar essa heterossexualidade compulsória? Continue lendo o conteúdo até o final para não perder nenhum detalhe importante, ok? Vamos lá!
Heterossexualidade compulsória: o que é?
O que é heterossexualidade compulsória?
A heterossexualidade compulsória é como chamamos o fato de uma pessoa se sentir na obrigação de se relacionar, sexualmente falando, com uma pessoa do sexo oposto. Ou seja, não é algo referente a gostar e amar uma pessoa do sexo oposto, é se sentir na obrigação de fazer isso para agradar uma sociedade inteira.
Parece muito peso para se colocar nos ombros de uma única pessoa, não é mesmo? Pois realmente é, afinal, essas pessoas estão passando por uma situação de dor e frustração tentando se encaixar em algo que elas não são e não deveriam ser obrigadas a ser.
Muitas pessoas ignoram sua orientação sexual por conta da heterossexualidade compulsória, e isso pode surgir por vários motivos – por exemplo, uma família muito religiosa que não aceita essa orientação sexual, medo do que os amigos irão pensar, dentre outras causas.
O que é orientação sexual?
Orientação sexual é como nos identificamos conforme nossa atração sexual por outra pessoa. Por exemplo, se você é uma mulher que gosta de outras mulheres sua orientação sexual é lésbica.
Se você é um homem que gosta de outros homens, sua orientação sexual é gay. E, se você se sente atraído pelos dois sexos, então se trata de uma pessoa bissexual.
A orientação sexual é diferente da identidade de gênero, que diz respeito a como a pessoa se vê. Por exemplo, temos as pessoas trans (que se identificam com o corpo contrário ao que nasceu) e as pessoas cis (que estão bem no corpo que elas possuem).
Agora que essas dúvidas foram sanadas, vamos prosseguir com o nosso conteúdo? Ainda há muito o que ser dito!
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Por que ela acontece em nossa sociedade?
Apesar dos diversos avanços, aberturas para a população LGBTQIA+ e mais direitos para que possam viver em segurança e com dignidade, ainda é muito difícil ser aceito e até mesmo se aceitar neste meio.
Vivemos em uma sociedade onde pessoas que se identificam com uma dessas letras correm risco de vida diariamente, seja dentro de casa ou nas ruas. Ou seja, não é simplesmente aceitar o amor livre e viver feliz.
Principalmente em pessoas muito novas, que ainda dependem da família para se sustentar, e até com pessoas mais velhas (próximas da terceira idade) é muito difícil se encontrar e se sentir acolhido para viver essa descoberta.
Por isso, a heterossexualidade compulsória acaba sendo um escape para tentar parecer uma pessoa hétero. É como uma forma de fuga do que se é, fuga dos desafios que isso trará e, claro, o constante medo de que isso gere consequências permanentes para você e sua família.
Como identificar os sinais desta condição?
Descobrir sua sexualidade já é muito difícil, e ter que fazer isso enquanto está dentro de um ciclo vicioso de heterossexualidade compulsória como um formato de defesa é ainda pior. Por isso, pode ser muito confuso para a pessoa que passa por isso e pode ser até difícil identificar e aceitar que está acontecendo com você.
Mas, para isso, temos alguns sinais que podem auxiliar nesta questão. Veja abaixo alguns deles:
Se atrair apenas por homens inalcançáveis
Quem nunca teve uma quedinha por um astro da televisão, um artista, celebridade? Isso não te faz uma pessoa heterossexual, afinal, é comum admirarmos pessoas que gostamos e isso não diz apenas sobre o lado sexual.
Você pode achar um homem bonito gostando de mulheres, por exemplo. Não há uma barreira que impeça isso, ok?
Essa idealização do homem perfeito é uma forma de você manter suas chances de encontrar um desses seja pequena e, consequentemente, terá uma desculpa para não se relacionar.
Se interessar por homens “certinhos”
Essa visão de que o cara certinho é o perfeito para você pode ser a necessidade de agradar a família, como uma forma de mostrar que, além de hétero, você sabe escolher uma pessoa correta e que irá respeitá-los.
Viu como isso não é sobre você? Sobre sua felicidade? É apenas a necessidade de agradar, de se sentir parte de algo e querida por isso.
Vê o relacionamento como uma obrigação
Também pode acontecer de você ver essa relação como uma necessidade a se colocar na lista de afazeres. Exemplo: “preciso arrumar um namorado para apresentar aos meus pais”.
Os encontros são como uma obrigação, uma tarefa para riscar no seu bloco de notas no final do dia. Você pode até se iludir, acreditando que à felicidade, mas com o tempo perceberá que é só a heterossexualidade compulsória.
Conclusão
Você sabia que a heterossexualidade compulsória existia? É comum vermos alguns artistas, por exemplo, que se assumiram recentemente – mas que por anos viveram na bolha da heterossexualidade compulsória, com medo de prejudicar a carreira e suas vidas inteiras.
Viu como o preconceito, a pressão de ser perfeito para a sociedade, pode fazer com a mente de uma pessoa? Infelizmente, muitas pessoas irão viver a heterossexualidade compulsória para o resto de suas vidas.
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