Maternidade

Pré-eclâmpsia: quais são os riscos desse problema da gravidez?

A pré-eclâmpsia é uma das principais causas de morte entre gestantes no Brasil e também é um dos quadros mais comuns nas gestações das mulheres que vivem nas cidades brasileiras.

Por se tratar de uma doença silenciosa, em que seus sintomas podem ser facilmente confundidos com os desconfortos mais comuns da gestação, exige um pré-natal rigoroso para que a pré-eclâmpsia não passe desapercebida.

Neste artigo, saiba informações cruciais sobre esse mal que atinge muitas gestantes no Brasil.

O que é a pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é um quadro de hipertensão na gravidez em que a gestante também libera proteína pela urina a partir da 20ª semana de gestação. Os médicos consideram que uma gestação com pré-eclâmpsia é de alto risco.


Essa doença pode evoluir para dois quadros extremamente raros e graves: a eclâmpsia em que a gestante convulsiona e a síndrome de hellp, em que os rins e o fígado da gestante ficam comprometidos. É preciso fazer o acompanhamento rigoroso e seguir todas as orientações médicas para evitar essa fatalidade.

Existem vários graus de pré-eclâmpsia na gestação:

  • hipertensão gestacional: ocorre aumento da pressão arterial, mas não há presença de proteína na urina, tende a normalizar a pressão arterial no final da gestação;
  • pré-eclâmpsia leve ou moderada, grave e superajuntada: o grau da doença aumenta conforme o aumento da pressão arterial e também a quantidade de proteína liberada na urina.

O principal risco da pré-eclâmpsia é que o aumento da pressão arterial está relacionado a dificuldade na circulação do sangue. As falhas na circulação podem prejudicar a nutrição e oxigenação do bebê, por isso é muito importante ficar atenta aos sintomas.


Sintomas da pré-eclâmpsia:

Os principais sinais de pré-eclâmpsia são:

  • pressão arterial 140/90 mmHg ou mais alta;
  • dores de cabeça frequentes;
  • dores na barriga;
  • ver pontos brilhantes ou pretos;
  • inchaço no corpo, principalmente no rosto, nas mãos e nos pés.

Como é feito o diagnóstico?

O médico deve fazer uma avaliação do histórico da gestante, para analisar casos de hipertensão na paciente e na família. Também é comum que se realizem exames de urina para acompanhar a quantidade de proteínas liberadas.

No caso de suspeita da pré-clâmpsia, também é feita a medição da pressão arterial todos os dias por alguns dias.

Alguns profissionais também podem pedir um ultrassom específico para detectar como está a circulação sanguínea no útero: o ultrassom tipo doppler. Veja mais informações aqui.

Quais são os riscos?

Os principais riscos da pré-eclâmpsia estão relacionados à ausência de tratamento e são raros, mas podem ocorrer com o comprometimento da circulação sanguínea no sistema nervoso da gestante, causando a eclâmpsia.

A falha na circulação também pode causar danos ao rins e fígado da gestante, como ocorre na síndrome de hellp. Outro risco é que o bebê entre em sofrimento fetal por falta de nutrientes e oxigênio, exigindo uma cesárea de emergência para salvar o bebê.

Qual é o tratamento para pré-eclâmpsia?

O médico deve avaliar cada caso para determinar o melhor tratamento. Na maioria dos casos, o tratamento consiste em medicamentos para controlar a pressão arterial e acompanhamento dos sintomas.

Pré-eclâmpsia no pós parto:

A gestante que apresentou qualquer quadro de hipertensão durante a gestação pode ainda ter alterações na pressão arterial nas primeiras 12 semanas após o parto. Caso a hipertensão continue após este período, trata-se de um caso de hipertensão crônica.

Caso você sinta dores de cabeça muito fortes no pós-parto, procure auxílio médico rapidamente. A persistência do inchaço no pós-parto é comum, mas associada a outros sintomas também é mau sinal.

Quem teve pré-eclâmpsia na primeira gravidez, possui risco maior de apresentar a complicação novamente?

Segundo o Manual Técnico de Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde:

Se a gestação anterior terminou antes de 32 semanas, o risco de pré-eclâmpsia/eclâmpsia em uma gestação subsequente pode ser de até 61%.

Caso a gestante tenha sofrido com a síndrome de hellp, as chances de acontecer novamente na próxima gestação variam entre 19 e 27%.

Por isso, caso você tenha sofrido com pré-eclâmpsia na gestação anterior, é importante procurar um especialista para que você realize uma bateria de exames para ver como está sua saúde, para a partir destas informações, poder tomar uma decisão.

Sobre o autor

Mariana Mendes